Ferramentas de análise e inteligência de negócios estão ajudando
empresas a responder perguntas mais complexas para fornecer informações
valiosas e ajudar a gerenciar os negócios com mais eficácia. Cinco
tendências no setor de tecnologia da informação (TI) estão, agora,
desafiando as análises e impactando na entrega de resultados. São elas: o
surgimento do Big Data, tecnologias para processamento mais rápido,
custos decrescentes de commodities de TI, proliferação de dispositivos
móveis e mídias sociais.
Nesse novo cenário, é possível usar analytics para obter uma série de vantagens. Veja como explorar esses fenômenos.
Big Data
Big Data
é o conjunto de uma grande quantidade de dados, entre eles os
estruturados e não estruturados, como vídeos e imagens. Mídias sociais,
dados de cadeia de suprimentos e câmeras de vigilância tornaram a gestão
dos dados corporativos mais complexa do que costumava ser.
Embora nem toda empresa precise de técnicas e tecnologias para lidar
com grandes conjuntos de dados não estruturados, Perry Rotella, CIO da
Verisk Analytics, companhia de análise de risco, acredita que todos os
CIOs devem olhar para plataformas de análise de Big Data.
Big
Data é uma tendência explosiva, de acordo com Cynthia Nustad, CIO da
HMS, empresa que ajuda a conter custos em programas de saúde. A HMS
ajudou os clientes a economizar 1,8 bilhão de dólares no último ano e a
salvar bilhões em gastos desnecessários por evitar pagamentos indevidos.
"Recebemos e acompanhamos milhares de materiais com dados estruturados e
não estruturados", diz Cynthia.
Para ajudar a lidar com o fenônemo, a HMS está explorando o uso de tecnologias NoSQL, baseadas em open source.
Elas são capazes de processar dados com eficiência e a baixos custos.
Cynthia usa Hadoop para analisar fraude e desperdício e talvez migre a
utilização para a análise de registros de visitas de pacientes que podem
ser relatados em uma variedade de formatos.
Entre os CIOs
entrevistados para esta reportagem, aqueles que tiveram experiência
prática com o Hadoop, incluindo Rotella e o CIO do comparador de preços
na web Shopzilla, Jody Mulkey, estão empresas que prestam serviços de
dados como parte de seu negócio.
"Estamos usando o Hadoop para
tarefas que costumamos usar o data warehouse”, diz Mulkey. E, mais
importante, acrescenta ele, para conseguir "análises muito interessantes
que nunca poderíamos fazer antes".
O Good Samaritan Hospital,
hospital em Indiana, nos Estados Unidos, é outro exemplo. "Não temos o
que eu classificaria como Big Data", diz o CIO Chuck Christian. No
entanto, os requisitos regulamentares estão desafiando o armazenamento
de novas categorias de dados, como registros médicos eletrônicos em
grandes quantidades. Assim sendo, sem dúvida, existe um grande potencial
para colher informações sobre a qualidade de saúde a partir dos dados,
diz ele.
Business Analytics ganha espaço
Tecnologias
para lidar com Big Data ajudam empresas a caminhar mais rapidamente em
direção ao mundo analítico, diz Vince Kellen, CIO da Universidade de
Kentucky, nos Estados Unidos. "O que queremos é uma análise avançada em
meio a uma montanha de dados", diz Kellen.
A capacidade dos
computadores de hoje para processar muito mais dados em memória permite
resultados mais rápidos do que quando a pesquisa por dados acontecia no
disco.
Apesar de os bancos de dados terem, há décadas, ganhado
melhor desempenho com cache de dados acessados com frequência, agora
tornou-se mais prático carregar grandes conjuntos de dados para a
memória de um servidor ou cluster de servidores, com discos usados
apenas como backup.
Por esse motivo, agora, Rotella diz que pode
executar em segundos as informações, o que há cinco anos consumiria uma
noite toda. A companhia em que Rotella trabalha faz análises preditivas
de grandes conjuntos de dados, que muitas vezes envolvem a execução de
uma consulta, a busca por padrões, e realização de ajustes antes de
executar a próxima consulta.
Tecnologias mais baratas
Junto
com o aumento da capacidade de computação, análises estão se
beneficiando da queda dos preços de memória e armazenamento, juntamente
com o software de código aberto que fornece uma alternativa aos produtos
comerciais e estabelece pressão competitiva sobre os preços.
Cynthia,
da HMS, vê as mudanças na economia na computação alterar algumas opções
básicas de arquitetura. Por exemplo, na empresa, uma das razões
tradicionais para a construção de data warehouse foi juntar os dados em
servidores com potência de computação para processá-los. Quando o poder
de computação era mais escasso do que hoje, era importante descarregar
cargas de trabalho analíticas de sistemas operacionais para evitar
degradar o desempenho de cargas de trabalho diárias. Agora, essa nem
sempre é a escolha certa, observa Cynthia.
"Com o preço do
hardware e de armazenamento caindo, você pode se dar ao luxo de começar a
lidar com uma camada de Business Intelligence", diz ela. Ao levar em
consideração todos os passos da mudança, a reformatação e o carregamento
de dados no warehouse, análises podem dar respostas mais imediatas.
Hackney
observa, no entanto, que, embora as tendências de desempenho dos preços
sejam úteis para o gerenciamento de custos, economias potenciais são
muitas vezes eliminadas pela crescente demanda por capacidade. "É como
correr no mesmo lugar", diz.
Todo mundo é móvel
Assim como todas as aplicações existentes hoje, BI está saltando para dispositivos móveis.
Para Cynthia, BI móvel é uma prioridade “porque todo mundo quer acessar
relatórios sobre a organização onde quer que esteja”, assinala. Ela
afirma que faz parte dos planos da companhia fornecer para os clientes
da empresa acesso móvel aos dados para ajudá-los a monitorar e gerenciar
despesas de saúde. “É uma demanda que teve início há cinco anos, mas
cresce muito hoje”, observa.
Para os CIOs, o caminho é partir
para a criação de interfaces para smartphones, tablets e telas sensíveis
ao toque e não para a adoção de sofisticados recursos analíticos.
Talvez por essa razão, Kellen considera essa questão bastante fácil de
resolver.
Rotella não concorda com Kellen. "A computação móvel
afeta a todos", diz ele. "O número de pessoas que faz o trabalho em
iPads e outros dispositivos móveis está explodindo. Essa tendência irá
acelerar e mudar a forma como nós interagimos com nossos recursos de
computação”, observa. Por exemplo, Verisk desenvolveu produtos para
permitir acesso a análises em campo, para que os funcionários possam
executar as estimativas de custo de reposição de produtos. Isso é uma
forma de "alavancar a análise e colocá-la nas pontas dos dedos das
pessoas que precisam dela”.
O que torna esse cenário desafiador é
a rapidez das mudanças tecnológicas, avalia Rotella. "Dois anos atrás
não tínhamos iPads. Agora todo mundo está andando por aí com um”,
afirma.
Mídia social sob os holofotes
Com a explosão do Facebook,
Twitter e outras redes sociais, mais companhias buscam analisar os
dados gerados por esses sites. Novas aplicações analíticas surgiram para
apoiar técnicas estatísticas, como processamento de linguagem natural,
análise de sentimento, e análise de rede que não fazem parte do kit de
ferramentas de BI.
Por serem novas, muitas ferramentas que
mapeiam mídias sociais estão disponíveis como serviço. Um exemplo é o
Radian6, produto baseado no modelo software como serviço
(SaaS) que recentemente foi adquirido pela Salesforce.com. O Radian6
apresenta um painel da marca com menções positivas, negativas ou
neutras.
Esse tipo de tecnologia, quando usada em departamentos
de marketing e atendimento ao cliente, não exige envolvimento pesado de
TI. Ainda assim, aUniversidade de Kentucky acredita que precisa prestar
auxiliar no processo. "Meu trabalho é identificar essas tecnologias, ver
se está em linha com os objetivos de competitividade da empresa e
começar a educar as pessoas certas para usá-las", diz ele.
Assim
como qualquer outra empresa, a universidade tem interesse em monitorar o
sentimento das pessoas sobre a sua marca, mas Kellen diz que essa
movimentação também pode auxiliar a identificar oportunidades para
desenvolver aplicações específicas para as preocupações escolares, como a
retenção dos alunos.
Por exemplo, monitorar mensagens de
estudantes nas mídias sociais pode ajudar professores e administradores a
identificar quando os alunos estão com dificuldade no aprendizado. Os
desenvolvedores de TI também vão procurar maneiras de construir alertas
gerados por análise de mídia social em aplicações para responder a esses
eventos, completa.
Encontrar tais correlações pode fazer uma
grande diferença na hora de mostrar o retorno sobre o investimento da
mídia social, diz Hackney. "No meu setor, todo mundo olha para os
números”, observa.
Fonte:
http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2012/04/11/5-tendencias-em-business-analytics-e-como-explora-las/
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