Mais do que simplesmente permitir o acesso a sites como Facebook e Twitter ou mapear a marca nesses locais, mídias sociais
devem ser parte da estratégia corporativa. “Pesquisas mostram que a
adoção de ferramentas sociais no Brasil não estão no topo de prioridade
dos CEOs ou CIOs. Isso tem de mudar, o poder dessas tecnologias é enorme
para os negócios “, observa Cassio Dreyfuss, vice-presidente do Gartner.
Ele diz que não basta apenas adotar uma estratégia, mas que é preciso
ir além e gerenciá-la, desenhando processos nos quais as ferramentas
sociais serão protagonistas. "Estamos vendo um movimento interessante
que as empresas começam a usar ferramentas sociais em nuvem privada para
aprender a lidar e a se familiarizar com esse universo, e, depois,
ampliam a presença nesse setor", relata.
De acordo com ele, esse universo ganha aditivo ao integrá-lo com
Business Intelligence (BI) e plataformas de colaboração. Ele lembra, no
entanto, que TI sempre tem de andar alinhada aos negócios. “TI é
instrumento para aumentar competitividade e agregar valor.”
Redes sociais, mobilidade, cloud computing e gestão da informação são
considerados pelo Gartner focos de atuação das empresas nos próximos
meses, prática que o instituto de pesquisas batizou de Nexus. “Elas vão
impactar e transformar os negócios”, sentencia Dreyfuss.
Sobre mobilidade, o analisa aponta que as organizações já se renderam ao movimento do Bring Your Own Device
(BYOD), que permite que funcionários utilizem dispositivos pessoais no
ambiente de trabalho. “TI precisa trabalhar com as diversas áreas para
transformar essa onda em oportunidade”, aconselha.
Para ele, a migração para cloud é necessária. “Poucas empresas
precisarão saltar 100% para as nuvens, mas todas deverão mover-se nessa
direção”, afirma. Cassius cita um ponto intrigante gerado por duas
pesquisas realizadas pelo Gartner com CIOs no Brasil. Uma delas, no
final de 2010, mostrou o grande interesse desses profissionais pelo
conceito de cloud computing. No entanto, no final de 2011, um outro
estudo constatou que, apesar do forte interesse pela computação em
nuvem, a sua adoção aconteceu bem abaixo das expectativas do Gartner.
Cassius foi buscar em campo as respostas. "Precisava saber o que
estava acontecendo e descobri que, na verdade, os CIOs
brasileirostemiam a nuvem. Achavam que o modelo poderia ofuscar suas
funções, assim como aconteceu há 20 anos, quando temiam perder
importância na empresa por causa do outsourcing. Sendo assim, houve retração na adoção", diz o analista, para quem essa preocupação não tem o menor fundamento.
Ainda assim, cloud computing, prossegue, ganha espaço na medida em
que os gestores de TI reorientam o foco das ações da área e aplica a
tecnologia nos negócios. “Já vi esforços da TI para educar os negócios
sobre as possibilidades de TI, mas nunca vi o inverso e acredito que os
profissionais de TI têm de empunhar essa bandeira”, afirma.
E o executivo alerta: "Esqueça tudo o que você aprendeu sobre gestão
da informação!". Segundo ele, porque dados estruturados não são mais a
única fonte de uma empresa e é preciso mudar a forma de ter acesso a
eles e aos que são gerados de redes sociais, câmeras de vigilância etc.
Para que companhias tenham sucesso, Dreyfuss aconselha que elas busquem inovar.
“As organizações precisam disso para avançar e ganhar competitividade.
Inovação precisa ser impulsionada pelos negócios. Mais uma vez, TI torna
isso possível.”
Ferramentas de TI que ajudam a colocar a case em ordem também são
importantes nesse quadro, observa. “Muitas vezes, TI é o setor mais mal
arrumado da companhia. Ele atende a solicitações diversas e esquece de
olhar para si. Se a área não for não for moderna, equipada e com
tecnologias recentes, o valor que TI poderá entregar para os negócios é
reduzido”, finaliza.
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