Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e
Comunicação cobra dos governos um planejamento sobre os sistemas que vão
transmitir e suportar o mundial de futebol.
A falta de um plano TIC para suportar a Copa do Mundo de 2014
preocupa empresas do setor, que temem que a definição dos projetos
aconteça no terceiro tempo, depois que as obras civis e dos estádios
estiverem na reta final. Embora o governo considere o tema importante,
representantes da indústria afirmam que o tema ainda não faz parte da
agenda dos preparativos para o megaevento.
“Ainda não está claro
a participação de TIC na Copa”, afirma Antonio Rego Gil, presidente da
Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e
Comunicação (Brasscom). A entidade vem há 3 anos tentando chamar a
atenção dos governos municipais, estaduais e federal para a necessidade
do planejamento da TI antes de as obras serem projetadas. A entidade
encomendou um estudo à A.T.Kearney, divulgado no final de 2010 e
atualizado recentemente em que mostra o atraso do País na definição das
tecnologias que vão processar as informações competições do mundial de
futebol.
O atraso vai obrigar o Brasil a fazer as obras de
infraestrutura de TI e das demais em ritmo Juscelino disse Gil durante o
evento “TIC e a Copa em São Paulo”, realizado ontem na capital
paulista. Ele fez uma comparação com a construção de Brasília em apenas
cinco anos durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, levando
em consideração a dificuldade que o País tinha para conseguir tijolo
para levantar uma cidade do porte da capital federal.
Gil
destacou que a Copa de 2014 vai exigir muito das redes de comunicação
por causa da alta demanda por vídeo em 3D, para transmissão
principalmente pelo celular. Estima-se que o País receberá mais de 600
milhões de turistas de várias partes do mundo para acompanhar os jogos,
incluindo os profissionais de mídia que vão cobrir e gerar imagens para
aproximadamente 26 bilhões de telespectadores ao redor do mundo.
Nelson
Wortsman, diretor de Infraestrutura Convergência Digital da Brasscom,
alertou para o gargalo das redes de comunicação, principalmente nas
cidades que serão escolhidas para abrigar Centros de Treinamentos (CTs)
para receber uma das 32 seleções mundiais. Ele observa que esses locais
não contarão com cobertura 4G como nas cidades-sede, que
terão cobertura de banda larga de quarta geração, segundo os cronogramas
do governo federal.
Para isso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza
no próximo mês o leilão das frequências de 4G para atendimento das
exigências da Copa do Mundo. Mesmo assim, nem todos os turistas
estrangeiros que trouxerem dispositivos baseados nesse padrão poderão
acessar as novas redes. A faixa que algumas teles estão usando em outros países para 4G é de 700 MHz, que no Brasil está alocada para emissoras de TV e, que segundo a Anatel, não ficará livre a tempo da Copa do Mundo.
A
TI dentro dos estádios já foi definida pela Federação Internacional de
Futebol (Fifa), que elegeu a Oi como a responsável pelos sistemas de
comunicação. A entidade credenciou empresas internacionais para o
fornecimento dos sistemas de gestão, bilhetagem, processamento de
resultados, centros de radiodifusão e de mídia. Porém, a Brasscom afirma
que falta planejamento para o entorno dessas áreas.
Apoio da TI
Paulo Sergio Castilho, diretor
do Departamento de Direitos do Torcedor do Ministérios de Esportes,
tranquilizou os representantes da indústria de TIC. Ele considerou que
TI será uma peça-chave durante a Copa do Mundo. “Tem muitos problemas de
violência entre as torcidas e acho que TI pode nos ajudar, com a
identificação dos torcedores”, afirmou durante o seminário.
Apesar
de não abordar onde a TI entrará nos projetos que estão sendo
implantados pelo Estado de São Paulo para mundial de futebol, Raquel
Verdenacci, coordenadora da secretaria executiva do Comitê da Copa de
2014 do governo de Geraldo Alckmin, ressaltou que essa área é essencial
para garantir a entrega da rede serviços aos turistas.
Raquel ressaltou que os preparativos do governo estadual envolvem
diversas iniciativas, além da construção do estádio do Corinthians em
Itaquera, onde serão disputadas seis das 64 partidas do mundial. “É a
tecnologia que vai otimizar e fazer a entrega de serviços”, afirma.
Já
Rodrigo Prada, diretor de marketing do Portal 2014, que visitou com
arquitetos estádios brasileiros onde serão realizadas as competições da
Copa, constatou que há o interesse de transformação desses locais em
espaços inteligentes, mas que ainda não iniciaram o planejamento da TI e
Telecom.
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